O sentimento de desamparo.
Escrevi outro
dia para o meu site um post com o título “Desamparo”.
Tive uma
surpresa agradável, pois percebi que o artigo teve um grande número de acessos.
Mais do que outros que tenho postado. Parece que esse sentimento chama atenção
de uma grande parte do público do meu site. Achei então que pudesse ser
interessante pra você também, que aprecia o blog da Cláudia.
Desamparo é um
sentimento que abate uma grande parte da população tanto feminina quanto
masculina.
Acredito que
atinja mais a população feminina, dado que a masculina, justamente pelas
definições do que seja ser homem, geralmente “o cabeça” da casa (é sim, meus
amigos: embora estejamos no século 21 essa ideia ainda perdura, embora muitas
de nós mulheres trabalhemos também fora de casa), com a necessidade de prover a
família, não tenha nem muito tempo para se sentir ou se permitir manifestar
desamparo. No entanto, há também homens com tal característica.
No post citado
acima, mencionei uma música chamada “Ninguém Me Ama” de (Antonio Maria;
Fernando Lobo), interpretada no caso por uma cantora chamada Nora Ney, um samba
canção de 1952, quando, acredito, a maioria de nós ainda nem era nascido.... eu
pelo menos não era...
Acredito que
o pior pesadelo de quem sente desamparo, seja a sensação de impotência diante
da vida. O drama da percepção de não poder fazer nada diante de determinados
acontecimentos, a perda de controle sobre situações.
Há uma busca
desesperada, nesse estado de coisas, de apoio, e esse não vem, ou a pessoa com
esse sentimento não consegue perceber. Ela tem a sensação que está “sem chão”.
É um sentimento de orfandade, vazio, de solidão e dessa solidão resulta o
desespero desse modo de ver a vida e tudo ao seu redor.
Todos nós em graus
variados, temos eventualmente tais sentimentos e tais necessidades, mas a
pessoa que se encontra e permanece nesse quadro tende a ficar cada vez pior e
cada vez vendo menos saídas para os turbilhões de pensamentos de impotência que
se apoderam dela.
A essa
altura, essas pessoas já desenvolveram uma grande auto piedade, um forte
sentimento de dó de si mesmas e uma dependência violenta de outras pessoas e
coisas. Já arrebanhou solidariedade suficiente para que outros estejam sempre a
sua volta e sempre procurando não
contrariar seus desejos e posições. E, mesmo assim, ela continua
infeliz. Cada vez mais infeliz, eu diria.
Devo dizer
que para os que estão à volta de uma pessoa assim, as saídas geralmente são: ou
de ficarem com as mesmas características ou serem pessoas amarguradas, que não
acham saída para o sofrimento do outro e numa tentativa extrema de
sobrevivência mais saudável, afastarem-se, não sem se sentirem tremendamente
culpadas.
A convivência
com pessoas com as características do desamparo, são complicadas e confusas. As
relações que se estabelecem de dependência com essa pessoa são, em geral
angustiantes, irritantes e muito amarguradas.
E se você
está identificando-se ou a alguém que você conhece com tais características,
tem sim modos de sair dessa situação.
Dependendo do
grau de ansiedade e sentimento de impotência já desenvolvido nessa situação, as
recomendações são desde: “para com isso e vai arranjar coisa melhor pra fazer”
(uma bronca e orientação de atividades) até: “procure um profissional”, pois a
situação já está grave a ponto de a família não ter conhecimento suficiente
para fazer algo.
E aqui no
final, pra você, a letra da música citada, que foi escrita em lá menor uma
tonalidade tipicamente melodramática.
Ninguém me ama
Ninguém me quer
Ninguém me chama
De “meu amor”
Ninguém me quer
Ninguém me chama
De “meu amor”
A vida passa
E eu sem ninguém
Ninguém me abraça
Não me quer bem.
Vim pela noite tão longa,
De fracasso em fracasso
E hoje, descrente de tudo
Me resta o cansaço,
Cansaço da vida,
Cansaço de mim,
Velhice chegando
E eu chegando ao fim.
De fracasso em fracasso
E hoje, descrente de tudo
Me resta o cansaço,
Cansaço da vida,
Cansaço de mim,
Velhice chegando
E eu chegando ao fim.
Abraços, Iná
Équilibré
Cursos e Treinamentos
CNPJ: 14.057.242/0001-26
Nenhum comentário:
Postar um comentário