terça-feira, 3 de julho de 2012

Iná Poggetti


Variações de um mesmo tema: preconceitos.

Se discutirmos a palavra preconceito sem preconceito...eheh, poderemos constatar que todos temos preconceito.

Usando a definição, isenta de valores morais, preconceito significa um conceito pré concebido, isto é: formamos uma ideia sobre algo e a aplicamos a coisas, situações, objetos, pessoas que apresentem características que identificamos como iguais ou parecidas com o que definimos.

O preconceito que existe sobre “ter preconceito” acontece quando atribuímos ao mesmo o valor pejorativo que ele sugere conforme aprendemos em nossa cultura.

Já comentei com você essa separação que podemos fazer a respeito dos conceitos que temos, mas vale a pena repetir aqui. A título de entendimento e exemplo, vamos pegar um conceito:

Ambição: vou pegar alguns trechos de uma definição online:
am.bi.ção feminino, simples, primitivo e abstrato – essa é uma definição gramatical da palavra.
Expectativa em relação ao futuro – essa é uma definição sem conceito de valor, sem conceito moral.
Cobiça cupidez, aspiração, determinação. Essa é uma definição com o conceito moral incluído

A primeira definição: feminino, simples, etc. é como a palavra é gramaticalmente definida.

Expectativa com relação ao futuro: é a definição do conceito da palavra sem nenhuma atribuição de valor moral.

Cobiça, cupidez, aspiração, etc. é a definição da  atribuição de valor, atribuição moral da palavra. Entendeu?

Todos os nossos conceitos, todas as nossas formas de vermos o mundo estão povoadas com essas formas de atribuição a eles.

Cada um de nós, dependendo da educação que tivemos, costumes da região, país, religião, fazemos juízos e atribuímos, além da definição pura do conceito, a definição de valor. Geralmente atribuímos um valor moral aos conceitos.

As complicações começam a acontecer na hora em que, ao atribuirmos um valor moral a um conceito, definimos também nossa forma de conduta, nossas ações a partir daquela atribuição moral, e não ao conceito puro. Em muitas situações, isso até que pode ser bom, quando ensinamos nossos filhos sobre ser certo ser honesto, claro, atencioso, educado, mas fica muito complicado quando, em nome dessa mesma educação, dissimulamos um engano, encobrimos uma pequena trapaça, fazemos de conta que não percebemos algo enganoso.

Como exemplo, posso citar aqui a mesma frase que citei no post anterior que foi: À Minha Volta, Reprovava-Se A Mentira, Mas Fugia-Se Cuidadosamente Da Verdade.” Simone De Beauvoir.

Essa frase de Simone de Beauvoir ilustra coisas muito comuns do nosso dia a dia.

Não dizemos não quando gostaríamos de fazê-lo, mentimos para nós mesmos dizendo que o estrago que o vizinho fez na sua máquina de cortar grama não foi tão grande que você não possa consertar sem cobrar dele, que o jardineiro tomou a liberdade de subir no muro porque ele é pouco educado, mas você não vai lhe dizer isso porque é ofensivo, além do que, ele pode não voltar para cortar a grama do seu jardim.

Não dizemos para o nosso amigo/a que ele, ela está sendo inconveniente aparecendo em sua casa sem avisar, falamos que está tudo bem quando o jornaleiro deixa seu jornal na chuva, ou quando a entrega falha e por aí afora. Você já me entendeu!

Tudo o que ocorre acima pode ser relacionado com o tal preconceito do começo desse nosso post, na medida em que deixamos de fazer algo ou fazemos algo porque temos um pré conceito do tema, e decidimos agir ou não agir em função daquilo que conceituamos a respeito dos mesmos temas.

Se conseguimos separar o conceito de preconceito do sentido moral do conceito, conseguiremos, sem dúvida, decidir outras ações que não as preconcebidas, para cada assunto. Isso facilita as mudanças que poderemos querer para nossas vidas.

Assim como analisei para você o tema anterior intitulado Prepotência, você também pode analisar qualquer outro conceito que você tenha e mudar sua perspectiva sobre ele. Com certeza essa mudança lhe dará outras alternativas de ação e lhe trará mais possibilidades de movimentação no seu ambiente, com as pessoas com  as quais você se relaciona.

As emoções são os fatores que mais toldam nossa consciência e nossas possibilidades de desenvolvimento e melhorias. As emoções estão grandemente relacionadas com os valores morais que desenvolvemos sobre os conceitos. Conseguindo aumentar as alternativas de análise desses mesmos valores, conseguimos também mudar emoções que prejudicam e empanam os brilhos de nossas vivências aqui nessa vida.

Vamos, tente que você pode!. Controle mais sua vida e viva-a com mais sabor, mais intensidade e mais tranquilidade.

Abraços... Iná


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