Variações de um
mesmo tema: preconceitos.
Se discutirmos
a palavra preconceito sem preconceito...eheh, poderemos constatar que todos
temos preconceito.
Usando a
definição, isenta de valores morais, preconceito significa um conceito pré
concebido, isto é: formamos uma ideia sobre algo e a aplicamos a coisas,
situações, objetos, pessoas que apresentem características que identificamos
como iguais ou parecidas com o que definimos.
O preconceito
que existe sobre “ter preconceito” acontece quando atribuímos ao mesmo o valor
pejorativo que ele sugere conforme aprendemos em nossa cultura.
Já comentei com
você essa separação que podemos fazer a respeito dos conceitos que temos, mas
vale a pena repetir aqui. A título de entendimento e exemplo, vamos pegar um
conceito:
Ambição: vou
pegar alguns trechos de uma definição online:
am.bi.ção feminino,
simples, primitivo e abstrato – essa é
uma definição gramatical da palavra.
Expectativa
em relação ao futuro – essa é uma
definição sem conceito de valor, sem conceito moral.
Cobiça
cupidez, aspiração, determinação. Essa é
uma definição com o conceito moral incluído
A primeira
definição: feminino, simples, etc. é como a palavra é gramaticalmente definida.
Expectativa com
relação ao futuro: é a definição do conceito da palavra sem nenhuma atribuição
de valor moral.
Cobiça,
cupidez, aspiração, etc. é a definição da
atribuição de valor, atribuição moral da palavra. Entendeu?
Todos os nossos
conceitos, todas as nossas formas de vermos o mundo estão povoadas com essas
formas de atribuição a eles.
Cada um de nós,
dependendo da educação que tivemos, costumes da região, país, religião, fazemos
juízos e atribuímos, além da definição pura do conceito, a definição de valor.
Geralmente atribuímos um valor moral aos conceitos.
As complicações
começam a acontecer na hora em que, ao atribuirmos um valor moral a um
conceito, definimos também nossa forma de conduta, nossas ações a partir
daquela atribuição moral, e não ao conceito puro. Em muitas situações, isso até
que pode ser bom, quando ensinamos nossos filhos sobre ser certo ser honesto,
claro, atencioso, educado, mas fica muito complicado quando, em nome dessa
mesma educação, dissimulamos um engano, encobrimos uma pequena trapaça, fazemos
de conta que não percebemos algo enganoso.
Como exemplo,
posso citar aqui a mesma frase que citei no post anterior que foi: “À Minha Volta, Reprovava-Se A Mentira, Mas
Fugia-Se Cuidadosamente Da Verdade.” Simone De Beauvoir.
Essa frase de Simone de
Beauvoir ilustra coisas muito comuns do nosso dia a dia.
Não dizemos não quando gostaríamos
de fazê-lo, mentimos para nós mesmos dizendo que o estrago que o vizinho fez na
sua máquina de cortar grama não foi tão grande que você não possa consertar sem
cobrar dele, que o jardineiro tomou a liberdade de subir no muro porque ele é
pouco educado, mas você não vai lhe dizer isso porque é ofensivo, além do que,
ele pode não voltar para cortar a grama do seu jardim.
Não dizemos para o
nosso amigo/a que ele, ela está sendo inconveniente aparecendo em sua casa sem
avisar, falamos que está tudo bem quando o jornaleiro deixa seu jornal na
chuva, ou quando a entrega falha e por aí afora. Você já me entendeu!
Tudo o que ocorre acima
pode ser relacionado com o tal preconceito do começo desse nosso post, na
medida em que deixamos de fazer algo ou fazemos algo porque temos um pré
conceito do tema, e decidimos agir ou não agir em função daquilo que
conceituamos a respeito dos mesmos temas.
Se conseguimos separar
o conceito de preconceito do sentido moral do conceito, conseguiremos, sem
dúvida, decidir outras ações que não as preconcebidas, para cada assunto. Isso
facilita as mudanças que poderemos querer para nossas vidas.
Assim como analisei
para você o tema anterior intitulado Prepotência, você também pode
analisar qualquer outro conceito que você tenha e mudar sua perspectiva sobre
ele. Com certeza essa mudança lhe dará outras alternativas de ação e lhe trará
mais possibilidades de movimentação no seu ambiente, com as pessoas com as quais você se relaciona.
As emoções são os
fatores que mais toldam nossa consciência e nossas possibilidades de
desenvolvimento e melhorias. As emoções estão grandemente relacionadas com os
valores morais que desenvolvemos sobre os conceitos. Conseguindo aumentar as
alternativas de análise desses mesmos valores, conseguimos também mudar emoções
que prejudicam e empanam os brilhos de nossas vivências aqui nessa vida.
Vamos, tente que você
pode!. Controle mais sua vida e viva-a com mais sabor, mais intensidade e mais
tranquilidade.
Abraços... Iná
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