terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Iná Poggetti


44- O feminino X o masculino

Por qual razão ainda perdura entre nós o conceito do “mais forte (homem) e do mais fraco (a mulher, os filhos...”)”?

Achei de bom tamanho abordar esse assunto, pois hoje em dia é muito comum termos tanto homens quanto mulheres que trabalham fora de casa e participam da manutenção da família.

Hoje vou comentar especificamente a respeito das dificuldades que vejo na atuação da mulher no mundo corporativo. Em posts posteriores falo um pouco a respeito dos homens.

Separo assim os sexos, pois queiramos ou não a educação ainda agora em 2013, traz resquícios de uma sociedade que pensava que os trabalhos fora de casa deveriam ser de obrigação do homem, enquanto as mulheres deveriam ficar em casa, cuidando da casa e dos filhos.

Uma das coisas que não posso deixar de comentar contigo é que as transições de modo de pensar, infelizmente demoram muitas gerações para se estabelecerem, e quando estamos vivendo em determinado momento de nossas vidas, a tendência é somente a de sentirmos a angústia das contradições que esse processo de mudança (que ainda não está claramente estabelecido) provoca.

Nesse caso, de só percebermos a angústia das contradições nas transições, passamos muitas vezes, anos de nossas vidas com incertezas com relação aos papéis que realmente queremos exercer.

- Devo ser mãe, dona de casa, conforme ditam os manuais e isso pode implicar em abrir mão do meu desenvolvimento profissional?

- Devo ser profissional, como muitas conhecidas minhas são?

- E como faço, se os manuais sobre criar filhos nos dizem da importância da participação das mães no desenvolvimento da criança?

- E como faço, se antes de ter filhos eu sonhava desenvolver minha carreira e expandir meus conhecimentos... sonhava com outro tipo de vida. Enfim?

Uma experiência que posso partilhar contigo é que, tendo um pouco mais de meio século de vida, peguei essa tentativa de mudança, essa tentativa de transição, de um modo fervilhante e com uma força muito mais persuasiva do que agora.

Posso observar que soluções que não existiam quando eu estava nesse momento de decisão, existem agora.

Lugares adequados para levarmos nossos bebês, leis que protegem (pelo menos parcialmente) uma mulher quando ela tem filhos, etc.

Mesmo naquele meu momento, eu optei por executar as duas tarefas, as duas funções. Logicamente tive ajuda, principalmente do meu parceiro de vida. E com isso, consegui tanto gerir uma casa (com a participação dele), criar os meus filhos (com a participação dele), e desenvolver minha profissão (também com a participação dele).

Não é fácil, não é simples, mas vale a pena. Acho que vale a pena principalmente, lembrando agora que tinha saúde e disposição para desempenhar aquilo que tinha me proposto.

Mas também existem as pressões que vem dos locais de trabalho e de qualquer local que seja tido como de domínio masculino.

Lembrei agora, de um episódio muito gozado que aconteceu comigo ao levar um carro para oficina.

O mecânico, até tentando ser gentil, criticou um funcionário, alegando que ele era meio “lesado”, pois não sabia nem onde ficava a válvula que a gente abre para calibrar um pneu.

Abaixou-se gentilmente na direção do pneu do meu carro e “educadamente” me apontou, bem de perto, o que ele estava chamando de válvula do pneu...., repetindo “Então... aqui é a válvula do pneu”... isto é: “elegantemente” me chamou de lesada também....eheh

Num mundo em que lutávamos com pedras e paus era natural que se desenvolvesse a necessidade que um ser com compleição física mais forte (o homem) protegesse a sobrevivência da prole.

Agora, num mundo em que apertar um botão levanta uma viga, apertar um botão levanta uma ponte, é preciso repensar nesse conceito do “mais forte” e do “mais fraco”.

Num mundo em que desenvolver um código, movimenta milhões em termos financeiros e qualquer dos sexos pode fazer isso.

Num mundo em que já colocamos os animais “perigosos” em jaulas, e só os vemos nos zoológicos, ou no máximo em alguma aventura mais “naturalista”.

 Num mundo em que o frango já vem empacotadinho do supermercado e não precisamos criar galinhas em nossos quintais ou fazer hortas, precisamos urgentemente repensar: se a tecnologia e o desenvolvimento humano “progrediram” tanto, por qual razão nossa cultura ainda teima em nos manter na “penumbra” com a argumentação ainda do “mais forte e do mais fraco”?

Acredito que esses sejam pontos sobre os quais devemos refletir e tentar mudar em nossas vidas, para sermos mais coerentes com as facilidades que temos “hoje”, comparado com “ontem”. Intelecto nós mulheres temos o suficiente para nos tornarmos eficientes e eficazes, em qualquer área na qual nos aventuremos.

Boa semana, Abraço, Iná

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