terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Iná Poggetti


Síndrome de Natal!!??

Uma coisa que acredito muitos de nós já notou tanto em nós mesmos como nos outros, são os efeitos que uma época como essa provoca.

Não tenho um estudo científico para provar, mas na base da experiência do trabalho, de vida, acho que ansiedades, angústias, medos, pavores, afloram nessa época em grande parte de nós.

Ansiedade para se redimir seja lá do que for. Segundo nosso modo de viver, sempre estamos em débito especialmente com relação aos outros. Nosso modo de pensar e sentir, nos leva a sensações de débito por mais que façamos o “bem”, por mais que promovamos a “melhoria” das coisas a nossa volta.

Parece que “manter o débito” seja lá do que for, nos coloca numa situação especial.  A síndrome de pertencer a uma maioria que age e sente também dessa forma, nos coloca nessa corrida louca em busca da redenção.

Também tentamos firmar nossa posição de superiores com relação a outros “desafortunados” porque a ladainha comum dessa época é que existe tanta fartura em muitas mesas e tanta falta em outras. Mas o gozado é que isso acontece os trezentos e sessenta e cinco dias do ano! E sentimos uma angústia atroz especificamente nessa época!

Mas vamos a algumas razões pelas quais parece que somos levados a nos sentir mais angustiados e ansiosos.

Obs: Nem todos nós sentimos assim, mas existe uma parte da população que se angustia mais nessa época do que em outras.

Agora me diga em qual época do ano você é mais lembrado da sua (suposta) convicção religiosa?

Em qual época do ano você é mais cobrado em ser solidário com os pobres “desafortunados”?

Em qual época do ano você é mais lembrado que alguém morreu por você, e o redimiu dos pecados, mas que você continua cometê-los, negligenciando assim o sacrifício feito há dois mil anos?

Em qual época do ano, você é mais assolado pela lembrança da desunião familiar que possa ter ocorrido em sua vida?

Em qual época do ano você é mais cercado de idéias que fazem de você um pecador?

Em qual época do ano você é mais lembrado que, apesar das suas mazelas, há todo um mundo que vive em pior situação que a sua?

Em qual época do ano você recebe mais telefonemas pedindo ajuda para os que não têm, assim como você, com o que se alimentar, ou fazer sequer uma ceia no dia cristão mais importante?

Em qual época do ano você é mais lembrado de todas as suas deficiências como  pertencente à raça humana?

Em qual época do ano você é mais lembrado da sua inferioridade diante das magníficas “solidariedades” que são propagadas por todos os meios de comunicação que você conheça?

Em qual época do ano você é mais lembrado de todas as desgraças do mundo, diferentes do (mesmo que pouco) conforto que você possa ter?

Em qual época do ano você é mais lembrado do seu egoísmo, quando  falou para alguém o que precisava ser falado, e não foi compreendido, talvez gerando assim um afastamento?

Em qual época do ano você é mais lembrado que não tem seguido o exemplo do Mestre que deu sua vida em função de uma humanidade que no final de contas não segue nem um pouco seu exemplo?

Em qual época do ano você se sente mais responsabilizado pela maioria das desgraças que pairam sobre o mundo porque... sei lá... você é um só??!!

Porque você pensa diferente? Pensa que tem ao menos de dar conta de si mesmo? Que cada um deva se responsabilizar por si?

Que cada um tem que pensar antes de qualquer ação que vá desencadear necessidade de ajuda e caridade de outros? E então aparece o conflito, do  que você pensa, com o que parece pensar a maioria?

É a época do ano em que não temos como esconder tais “débitos”... débitos tais que não temos como pagar, a não ser com um profundo sentimento de culpa e, na tentativa de redenção, promovemos a depressão, a autodestruição!

Abraços, Iná

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