terça-feira, 11 de setembro de 2012

Iná Poggetti


Por que não VOCÊ em primeiro lugar?

Faço sempre essa pergunta a mim mesma e aos que se empenham em uma busca mais profunda de 
qualidade de vida.

Muitas respostas que ouço e reações que percebo, são as de achar tal possibilidade pretensiosa e egoísta.

Vamos analisar tal proposta- a de VOCÊ em primeiro lugar:

Primeiro, quero contar para você uma coisa que acredito muito, e é atribuído a uma figura lendária, de Minas Gerais, Araxá: leia....


“Das estórias de Dona Beja (lá em Araxá) uma das mais conhecidas é esta: certas senhoras incomodadas com a presença daquela mulher "perdida" que tinha hábitos pouco convencionais, mandaram-lhe um dia uma estranha caixa como se fosse um presente. Ao abri-la Dona Beja notou que o conteúdo era um monte estrume. Evidentemente ficou chocada. Mas resolveu dar uma resposta inversamente proporcional à ofensa. Mandou colher rosas, botou-as dentro de uma caixa e despachou-as para as referidas senhoras , com um bilhete: "Cada um dá o que tem"”.

Já parou para pensar no que você tem de seu, pessoal, não material, que pode dividir com aqueles que ama? Quais qualidades, conhecimentos, aprendizados, amores, paixões, criatividades?

Outra pergunta: o que você divide de seu com os outros se não investe, não cuida de si mesmo? Qual é a qualidade do que você tem, para dividir com os outros?

E mais uma pergunta: se você quer ser solidário/a e dividir o que sabe, o que tem,  como fica a influência que você pode exercer sobre os outros, se não dá o exemplo de cuidar de si mesmo?

Essas observações todas vêm pelo fato de que, em nossa cultura, cuidar de si mesmo cheira egoísmo, individualismo excessivo, vaidade, até luxúria (lembra-se dos sete pecados capitais?)

Ao contrário do que dizem, eu penso que cuidar de si em primeiro lugar é a maior demonstração de respeito ao próximo.

Quando você sabe realmente o que significa “cuidar de si mesmo”, pode partilhar o que sabe com muito maior qualidade do que quando fica dividindo bens materiais. Eles podem até dar conforto imediato, mas não ensinam ninguém a ter autonomia; pelo contrário, mantem a dependência!

A primeira coisa que você partilha com o outro é o cuidado em si. Você dá um modelo de autoestima, carinho e cuidado de si, de tal forma que o outro percebe o apreço que há nos seus gestos e com certeza vai querer isso para ele também.

A questão é que essa forma de ser não dá “ibope”, pois você não precisa fazer pelo outro, você só precisa SER. O outro, vendo o sucesso do seu cuidado, começa a fazer por si mesmo e a maioria das pessoas só se sente útil quando mantém um estado de dependência do outro. Com isso as pessoas se sentem necessárias. De outra forma, não existe um sentimento de participação. Isso precisa mudar em você: perceber o que e a quem você influencia e valorizar isso em você.

Uma razão pela qual acho que as pessoas não se realizam sendo somente um bom exemplo é que nos ligamos demais em questões materiais, cujo valor só é atribuído pelo dinheiro, a moeda e o que ela pode comprar. Mesmo que seja um bem usado, ele foi adquirido pelo dinheiro. E nós continuamos a manter as relações de dependência.

SER, no verdadeiro sentido da palavra, é muito mais difícil do que ganhar dinheiro. Por pouco que seja!

Sempre encontro um que seja um pouco mais miserável do que eu para repartir.

É muito mais difícil entender o valor de um exemplo, de um modelo de viver e de SER. Consequentemente, muito menos pessoas saberão repetir e reproduzir tais valores e modelos.

Isso torna menos atrativo cuidar de si mesmo. Também porque, se você observar, como já foi dito antes, em determinados meios, esse cuidar de si mesmo é muito mal visto e muito criticado.

Deixamo-nos levar então pela convenção politicamente aceita e procuramos, na medida do possível, dividir nossos valores materiais e muito mais raramente investimos em nossos acréscimos pessoais para dividirmos qualidade de vida.

Mesmo que você esteja protestando aí: -“Mas dividir bens materiais também é um exemplo  a ser seguido”, eu contesto com o seguinte: -“Dividir bens materiais, mantém o nosso conforto por algum tempo, mas deixamos de dividir o que há de melhor em nós mesmos, isto é: aquilo que podemos SER ao ensinar a pescar e não ao distribuir o peixe”.

Abraços, Iná

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