Ciúme: prova de
amor?
Bem, diz a “lenda”
que sim. O que você acha?
Na minha
experiência, ciúmes é uma grande tentativa de controle, tenha o outro
apresentado motivo ou não para isso.
Se apresentou
motivo, ótimo! Fica mais fácil justificar o ciúme. Se não apresentou motivo, em
noventa e nove por cento das vezes, o ciumento, arranja... , muitas vezes, os
mais absurdos motivos.
Relacionamentos!
Não é fácil tê-los!
Considerando
sempre que, cada um veio de uma educação diferente, além da diferença que
existe entre a educação de um menino e uma menina. E como sempre, todos nós
tomamos algo como base pra nossas vidas. A educação que recebemos e os
conceitos sociais são duas pedras “fundamentais” em nossas vidas.
Se você pelo
menos considerou a possibilidade de ciúme ser muito mais uma tentativa de
controle do que qualquer outra coisa, siga comigo.
Se existe uma
tentativa de controle, em primeiro lugar, o ciumento sente que não tem
controle. Sente que não encanta o outro e não tem atrativos suficientes para
manter o outro junto de si.
Sente que o
outro é superior a si mesmo e que pode deixa-lo/a a qualquer momento e o
ciumento/a não poderá fazer nada para manter tal pessoa ao seu lado.
Indo um pouco
mais além nessa linha de raciocínio, a pessoa ciumenta é normalmente chata,
pois claramente ou disfarçadamente, ela tenta de todos os meios seguir e saber
sobre cada passo do outro. Podemos
também concluir daí que essa pessoa não tem dedicação a sua própria vida. Ela
vive a vida do outro, ou no mínimo tenta desesperadamente viver a vida do
outro.
Outra coisa que
se pode sugerir desse início de análise é que o ciumento é inseguro, sente-se
incapaz e incompetente. Sobre o que?- você poderia perguntar - eu diria que, em
geral, sobre praticamente tudo.
Se não gostam
de sua comida, sente-se rejeitado/a.
Se não gostam
de alguma ideia dada no trabalho ou mesmo entre amigos, sente-se também
rejeitado/a.
Algumas formas
de ciúmes assumem, às vezes, características violentas.
Nesse caso, é
preciso coerência dos convivas para orientar tal pessoa a procurar ajuda. E não
estou dizendo violência contra o outro, necessariamente. Muitas vezes a
violência é dirigida contra a própria
pessoa que é ciumenta.
Numa relação
familiar, por exemplo, em que um dos membros tenha ciúme do pai ou da mãe, a
violência pode ser dirigida para outro irmão. É uma espécie de deslocamento que
a pessoa promove, inclusive por dificuldade de assumir claramente a condição de
ciumenta, insegura.
Várias vezes, não raras, esse ciúme que se manifesta
de forma violenta, pode tornar-se até em um ato criminoso.
Mas não vamos
tão longe. Vamos voltar a falar do ciúme que se encontra dentro do limite “razoável”.
A linha entre a
fantasia, crença, imaginação e ocorrências de fato fica confusa. As pessoas
ciumentas apresentam “muita certeza” dos atos do outro que geralmente são para
ela de “traição”. Há uma mistura de conclusões e análises. As conclusões são
distorcidas para se confirmar a maneira ciumenta do pensamento.
Claro que as
pessoas não percebem isso. Se percebessem procurariam mudar, olhar de outra
forma para os acontecimentos.
Uma coisa que se
pode observar é o sentimento.
Se sente
desconforto grande parte do tempo em relação ao seu relacionamento, procure
entender o que acontece. Se não conseguir sozinho, procure ajuda: um amigo,
amiga mais tranquila, que seja mais
seguro/a, que possa ajudar você a compreender melhor o que está
acontecendo, com uma visão isenta. Um orientador religioso, um profissional.
Não deixe que o
ciúme faça da sua vida um inferno.
Devo dizer que
muitas vezes as pessoas têm, de fato, razões para desconfiar do parceiro, parceira. Mas será
mesmo que essa pessoa não pode fazer mais nada a não ser permanecer nesse
inferno gerado por esse tipo de relação? Claro que pode.
Trabalhe com
suas inseguranças, com seus medos e torne-se forte para tomar uma atitude na
direção de sua independência e autonomia. Busque sentir segurança com relação a
si mesmo, confiar mais em suas possibilidades, gostar e respeitar mais a si
mesmo.
Ciúme em um
primeiro momento pode parecer charmoso e sensual. Pode alimentar muito também o
desejo do outro de ser “desejado”, “querido”, amado. E essas emoções sempre se
confundem com respeito, carinho, companheirismo. Essa confusão a médio e longo
prazo tornam a vida de qualquer um impraticável, angustiante e desesperada.
Abraços, Iná
Équilibré
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