terça-feira, 12 de junho de 2012

Iná Pogetti


O mundo não gira ao seu redor!!
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  Você já descobriu que o mundo não gira ao seu redor. Se quer alcança-lo, corra atrás. Item 18 do primeiro post.

Para você entender a dificuldade de sairmos dessa posição de que o mundo gira em nosso redor e por nossa causa, vou te contar uma historinha:

Tudo parece ter começado com uma mudança ocorrida por volta do ano de 312 depois de Cristo, com a oficialização da crença Cristã cujos membros a princípio eram perseguidos por Constantino e depois numa jogada política estratégica foram colocados no poder pelo mesmo Constantino, dando início assim à Igreja Cristã.

Na constituição e formalização dessa Igreja Cristã, ( por volta de 325 DC) os bispos que participaram do concílio de Nicéia, juntamente com os estudiosos, pesquisadores da época, definiram que o homem era uma criação divina e a Terra era o centro do Universo. Acreditavam principalmente que o Sol girava em torno da Terra, portanto o foco da atenção divina era a Terra.

Nicolau Copérnico (1473 a 1543) já postulava a teoria do heliocentrismo, isto é o Sol e não a Terra (geocentrismo) era o centro do sistema solar.

Anos depois (1564 a 1642), um sujeito chamado Galileu Galilei, melhorou o telescópio refrator (entre outros feitos) e observava e anotava os movimentos da Terra, do Sol e também confirmou a ideia de  que o Sol NÃO girava em torno da Terra, mas ao contrário, a Terra girava em torno do Sol.

A ideia de o homem ser o centro do Universo cairia por terra se fosse permitido a Galileu Galilei divulgar seus achados. Ele tentou por vários meios, publicou algumas vezes, mas foi sempre boicotado, sob pena de ser julgado culpado de heresia pela Igreja e ser condenado à morte.  Galileu Galilei acabou morrendo, tendo retratado sua posição, dissimulando seu achado em função de preservar sua vida.

No entanto sua posição não pôde ser escondida e negada por muito mais tempo. Acabamos por nos conscientizar que afinal a Terra é que gira em torno do Sol. (pelo que sabemos até agora – sei lá se não vão descobrir mais coisas que nos porão na idade média de novo)

Apesar de tudo isso ter ocorrido há centenas de anos e de já termos sido informados da nossa nova posição aqui na Terra, a ideia de que os fenômenos acontecem em função do homem ainda persistem no nosso inconsciente.

No âmbito do indivíduo, cada um de nós supõe que o outro fez algo por nossa causa, que nós causamos determinadas desavenças, que o outro nos provoca, etc.

Essa atitude levada a extremos chega a níveis de superstições muitas vezes brincalhonas, divertidas e muitas vezes, perigosas e insanas.

Você já deve ter visto pessoas pularem três ondas na passagem do Ano Novo, ou baterem três vezes na madeira, ou fecharem e abrirem e fecharem novamente uma porta, e por aí afora. O que está implícito por trás desses  comportamentos é que “se isso for feito, algo de bom acontece, ou mesmo se isso não for feito, algo de ruim acontece” e tem relação direta com você ser o centro de atenção de algo, de alguma coisa.

A ideia de “centro do Universo” em âmbito individual, provoca em cada um de nós a necessidade de continuarmos como centro de acontecimentos que nos mantém numa ligação ansiosa com as ocorrências e ao mesmo tempo nos impedem de separar aquilo que realmente compete a nós e o que não compete.

Assim, assumimos aquilo que diz respeito a nós e aquilo que também não diz respeito a nós. Não é fácil entender os pontos de separação, pois eles competem com nossa necessidade, estabelecida por milhares de anos de sermos o centro. Isso está incutido em nossas mentes de forma tal, que nossa identidade como seres humanos depende em muito disso para sobrevivermos.

Quando entendemos que não somos o centro do Universo, de forma individual, tornamo-nos pessoas que buscam mais alternativas para consecução de nossos objetivos, mais insistentes, mais curiosas, portanto, fazemos muito mais buscando aquilo que almejamos para nossas vidas.

Entender que não somos o centro do Universo também nos favorece na medida em que, para mantermos a nossa identidade, passamos a buscar em nós mesmos as características necessárias para o nosso bem estar, assim como identificamos que o que causa nosso mal estar somos nós mesmos. São as formas como interpretamos o que nos acontece. Percebemos que nossos pensamentos e emoções é que nos conduzem pelos caminhos da vida.


“Quem só tem o espírito da história não compreendeu a lição da vida e tem sempre de retomá-la. É em ti mesmo que se coloca o enigma da existência: ninguém o pode resolver senão tu!”
Friedrich Nietzsche


Abraços, Iná

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