terça-feira, 29 de maio de 2012

Iná Poggetti


Um pouco sobre auto-observação.


Você já descobriu que pode falar o que pensa com as pessoas com que convive. (item treze do primeiro post)

Você já descobriu que pode falar o que pensa com as pessoas com quem convive e nem sempre isso traz bons resultados e você já aprendeu a conviver com isso, porque você tem VOCÊ te apoiando. (item catorze do primeiro post)

Nada do que você aprendeu na sua educação, está de acordo com os dois itens acima.

Você aprendeu que deve ser honesto. Sim! Mas você também aprendeu que não pode dizer o que pensa, se isso for magoar ou ofender alguém.

Você aprendeu que deve falar a verdade! Sim! Mas aprendeu que a verdade nem sempre traz  bons resultados e pode ser melhor você omitir ou contar algo “parecido”, mas muitas vezes “não exatamente” o que aconteceu.

Você aprendeu que deve amar seu próximo. Sim! Mas também aprendeu que precisa dispor de coisas conquistadas com muito suor e trabalho, só para mostrar que você ama seu próximo.

Você aprendeu que deve respeitar os outros. Sim! Mas você já tentou respeitar alguém e não foi respeitado da mesma maneira.

Você aprendeu que deve cumprir sua palavra dada. Sim! Mas quantas vezes deixaram você a ouvir o samba do Arnesto - Adoniram Barbosa – Demônios da Garoa- lembra?. Não conhece? Acesse então esse link: http://letras.terra.com.br/demonios-da-garoa/#mais-acessadas/478690 que você vai se divertir com esse grupo maravilhoso, igual ao qual não existe mais.

Por isso se faz necessário, agora como adultos, tomarmos nossa reeducação em nossas próprias mãos.

“O homem precisa daquilo que em si há de pior se pretende alcançar o que nele existe de melhor.”
Friedrich Nietzsche

Pense na seguinte situação:

Você trabalha numa empresa, num escritório, enfim, em qualquer lugar que você esteja terá oportunidade de vivenciar ou já vivenciou o que vou propor:

Você tem colegas de trabalho, amigos, e se seu ambiente pensado for em casa você tem marido, filhos, esposa... sogra, etc.

Uma dessas pessoas chega a seu lado e diz: “Você sempre faz isso da maneira mais difícil!!” (seja lá o que for a que essa pessoa esteja se referindo)

A primeira reação da pessoa (nesse caso que estamos falando aqui a pessoa é você) é sentir-se acusada e criticada.

Pergunta: você já se perguntou qual a razão daquela fala provocar em você tal emoção? É uma forma de auto-observação!

A resposta ampla que tenho para a pergunta acima é que você cataloga tal observação (“Você sempre faz isso da maneira mais difícil!!”) como uma acusação, pelo automatismo que já existe cultivado por todos os seus anos de existência. Você não para e pergunta, por exemplo:

1.    Mais difícil para quem? Para mim, ou para quem está fazendo a observação? Se for para quem está fazendo a observação pode ser mesmo que para essa pessoa seja mais difícil! Não significa que você deva sentir da mesma forma.

2.    É realmente mais difícil? Qual é o modo mais “fácil” que o outro está sugerindo? Posso aproveitar esse modo mais fácil e tornar a minha vida mais simples? Por que não?

3.    Além da emoção já identificada, o que essa pessoa que está me falando representa para mim? Me sinto inferior a ela? Ela me provoca sentimento de incapacidade, incompetência?

4.    Me sinto superior a ela, e é pretensão dela, querer me informar outras formas, sendo que a minha “com certeza” é a melhor?

Essas são apenas algumas perguntas que posso  fazer antes de ceder à tentação automática de avançar no pescoço do perguntador, ou me encolher feito uma concha me sentindo a vítima da situação.

Você precisa notar que não é só essa pergunta que gera mal estar na maioria das pessoas. Há também outras perguntas e afirmativas que causam o mesmo estrago se cedermos à nossa emoção imediata, sem investigarmos o que podemos fazer por nós mesmos.

Quanto mais questões levantarmos a respeito do que nos causa emoções e quanto mais investigarmos quais alternativas temos às nossas emoções automáticas, mais provável que tenhamos sucesso em reeducarmos nossos conceitos e buscarmos adotar o que de melhor possa haver para nós.

Portanto, para os itens treze e catorze, que são especificações do primeiro post aqui no blog da Cláudia, deixo essas sugestões para você. Tente praticá-las e verifique os resultados. Com certeza você enriquecerá o seu conceito a seu respeito e, como diz Nietzsche, você pode se deparar com o que há de pior em você. No entanto, a admissão desse pior, esclarecerá o muito de bom que você também tem, mas não tem consciência.

Abraços, até a próxima semana.

Iná

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Um comentário:

  1. interessante o artigo, realmente antes de pular no pescoço de quem faz a critica, é melhor parar para pensar se a questão é sua ou do outro.

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