terça-feira, 1 de maio de 2012

Iná Poggetti


O medo da solidão, desamparo!

Resolvi colocar hoje três itens em discussão. Eles estão aí abaixo. E, para você que está pegando o bonde andando, esses itens dizem respeito ao primeiro post que escrevi intitulado “Aprendendo a Rir de Si Mesmo”.
Os itens que eu proponho juntarmos são:
4.  Você já descobriu que é uma boa companhia para si mesmo.
5.  Porque você já descobriu que pode fazer um montão de coisas sem a participação de outros.
6.  Você já descobriu que a participação de outros na sua vida é boa, mas isso não significa que tenha sempre que estar de acordo.
                                                                 
Ser uma boa companhia para si mesmo.
Concordo com você se me disser que não é fácil compreender isso, quanto mais colocar isso em prática. Você está totalmente certo/a. Mas, não é impossível. É perfeitamente possível.
Dá trabalho? Sim!! Agora me responda uma coisa: qual a razão de relutarmos, acharmos mil empecilhos quando nos propomos fazer algo para nós, exclusivamente pra nós?
Ah! Voltamos a analise das emoções que sentimos quando nos vemos fazendo algo unicamente para nós. As emoções que somos treinados (as) a sentir são de egoísmo, culpa por não partilhar com outros, sentimento de estar deixando outros em segundo plano, e isso é inadmissível em grande parte de nossa educação.
Lembra quando você era pequena (o)? Você nunca levou um tabefe quando estava tomando aquele sorvete gostoso e uma amiga da sua mãe chegou com o filho, a filha e a sua mãe fez você oferecer seu sorvete para a outra criança? E você não queria dar, e teve que suportar um puxão de orelha, um tabefe, além da lambida do outro (a) no seu sorvete – e sabemos lá, quanta cusparada ele (a) deixou - e depois um mar de repreensões sobre como você era egoísta, não fazia amigos, não dividia nada, etc. e tal? A maioria das crianças apresenta esse sentimento de exclusividade e a maioria das crianças o abandona diante das milhares reprovações que recebe durante sua formação.
Então, agora imagina esse tipo de coisa e coisas semelhantes que foram fazendo parte da formação de sua personalidade, acontecendo vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, e nunca sendo questionados. Nesse momento, até você já se acha um(a) egoísta quando não partilha - muitas vezes até sua privacidade - com certas pessoas.

 O medo é o pai da moralidade”.
                       Friedrich Nietzsche

Você não quer encontrar pessoas, mas o que vão pensar de você?
Você não quer participar de determinado evento, mas o que vão pensar de você?
Você tem medo de deixar seus filhos irem a determinado lugar porque já soube de algumas coisas desabonadoras a respeito, mas e se seus filhos pensarem que você é “careta”, “chato(a)”, etc.? E os amigos deles, o que vão pensar?
Se você faz essas perguntas - e outras do mesmo tipo - para você mesmo (a), saiba que está noventa e nove por cento do tempo (senão mais), mais preocupado (a) com o que os outros pensam do que com você mesmo. E, posso deduzir então que age e reage em função do que socialmente é chamado de “adequado”. E também não é uma boa companhia para si mesmo na medida em que precisa pensar em agradar a todos em primeiro lugar, ao invés de ser fiel a seus princípios.
Acredito que ouvi alguns protestos por aí.. do tipo: “Ah! Você sugere que faça tudo do meu jeito?”... não! Certamente não é isso que estou sugerindo.
Concordo que precisamos sim nos adequar a coisas que aparecem, que mudam e que NÓS achamos que devemos, e não pelo que somos pressionados. O problema, a certa altura de nossas vidas é identificarmos aquilo que estou chamando de “ser pressionado”.
Muitas mudanças que fazemos em função de convivermos pacificamente não identificamos mais como pressão. Muitos de nós chama de aceitação, adaptação, etc. E, algumas dessas coisas são realmente aceitação e adaptação. Mas o que precisamos investigar a fundo é o que sentimos quando decidimos aceitar e nos adaptar a determinadas coisas.
A aceitação sob pressão traz angústia e desassossego, traz ansiedade e mal estar.
Então, para completar o nosso encontro com o sexto item- relacionado no início desse texto, coloco mais um aforismo de Nietzsche:
                                                                                                                                               




   “E aqueles que foram vistos dançando   
 foram julgados insanos por
aqueles que não podiam escutar a música.”
             Friedrich Nietzsche



Não é simples entender Nietzsche. Ele mesmo se gabava de escrever em uma frase (os famosos aforismos) o que outra pessoa precisaria de um livro todo para ser entendido.
Esse aforismo ilustra bem o fato de a participação de outros ser boa em nossas vidas, mas não termos que necessariamente concordar. Assim como Nietzsche diz, quando somos vistos dançando por pessoas que não escutam a música somos considerados insanos.
Somos indivíduos, portanto temos personalidade própria e vivemos escutando a música onde outros não escutam.
Deixo isso para você meditar essa semana.
Abraços, Iná


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