domingo, 8 de abril de 2012

Texto lindo


Vi esse texto no blog  Hoje vou assim, o autor é Augusto Paz, achei lindo e muito pertinente, já que hoje é Páscoa, dia de pensar na vida, claro que respeitando as crenças de cada um cada, e pensar na vida nunca é demais, independente da crença.  Lá vai ele na íntegra:
Existe um braço da Filosofia que atribui à tristeza o importante papel de “motor da vida”. Explico: fôssemos plenamente felizes, não haveria motivo para mudar as coisas. Não haveria pelo quê lutar ou atrás do quê correr. Ficaríamos estagnados na nossa felicidade cega e não seríamos capazes de seguir em frente.
O fato é que temos pavor da tristeza. Não queremos nada além da completa felicidade a que assistimos no comercial da operadora de celular. Vivemos para fugir da tristeza e isso está nos transformando em legumes anestesiados. Ficamos tão habilidosos em nos esquivar dos dissabores da vida, que passamos a maior parte do tempo dentro da nossa chatinha e previsível zona de conforto.
Não nos apegamos demais aos amigos, pois eles podem ir embora;  não nos apegamos demais

a quem amamos  por medo de não sermos correspondidos; não nos apegamos ao emprego

novo, pois pode surgir oportunidade melhor. Sem nos agarrar a nada, ficamos à deriva…             

Em vez, agarramo-nos com todas as forças à bolsa nova, ao telefone da moda, aos sapatos do momento.

Claro que é um apego temporário, porque na semana que vem surgem versões “novíssimas” que tomarão o 

lugar das primeiras.

É curioso como gastamos montanhas de dinheiro em um par de jeans estonado, furado e rasgado, um jeans “com história”, e não investimos tanto quanto deveríamos na nossa própria. Qual a graça da calça nova se não usá-la? Qual a graça, então, do coração intacto, sem uso, sem quilometragem?
É o medo de comprometer suas bombas, ter de reparar suas fibras, trocar seus vasos? É o medo da tristeza? Não há com o que se preocupar. O coração, assim como a calça, lavou, tá novo.


Espero que vocês tenham gostado, bjão.

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