Dicas crianças III
Se você, continuamente ensinar o
pequenino, pequenos gestos terão grandes significados.
Quando
eu escrevi antes
que o que interessa na relação com filhos é como você passa o tempo com eles, me referi exatamente a relação simples de troca entre pais
e filhos.
Se
você passa o tempo com seu filho, grudado na TV ou no seu notebook, ache um
jeito de falar com ele a respeito do programa que está passando ou do que você
está fazendo no seu notebook.
Se
forem pequeninos eles não entenderão as palavras, mas entenderão seus gestos e
sentirão sua atenção a eles.
Aprenderão
que pode haver harmonia entre assistir TV e ter contato com pais, ou pode haver
harmonia entre trabalhar e estar com os pais. Provavelmente aprenderão a
respeitar o que você está fazendo, e aprenderão a exigir respeito também para
eles quando for a vez deles estarem fazendo suas atividades.
Enxergue nos pequeninos, mais
atitudes para serem aprovadas do que desaprovadas.
Muitas
das nossas broncas com os filhos são decorrentes de nossa própria dificuldade
de lidar com a situação.
Situações
públicas merecem bastante atenção. Quando a criança é inteligente e ativa
(aliás, eles têm uma atividade que nos desgasta muito rapidamente) ela tende a
nos deixar mais embaraçados em público quanto mais temos dificuldade em sermos
verdadeiros.
Assim,
uma criança que faz “um berreiro” no supermercado nos embaraça muito mais pelo
incômodo que supomos sobre os outros, do
que pelo choro em si.
Ficamos apreensivos sobre se os outros não vão
pensar que estamos maltratando a criança, se não estamos sendo malvados em
excesso. E numa dessas, ela (a criança) ganha literalmente “no grito”.
Não
elimino broncas autênticas de comportamentos das crianças que podem ser
prejudiciais ao desenvolvimento delas mesmas. E, nesses casos devemos sim
corrigi-los. Mas observe firmemente se você não está prestando atenção somente
quando a criança o deixa embaraçado e não prestando atenção quando ela está
agindo de modo tranquilo e sossegado.
É muito comum, por exemplo, nesse mesmo
supermercado a criança estar tranquila enquanto fazemos compras. E quando
encontramos um conhecido ela se agita e grita, e chora.
Pergunta...
quando ela estava tranquila você estava dando atenção a ela?
Quando
o conhecido chegou você continuou a dar atenção a ela também ou só ao
conhecido?
Qual
é o problema de interromper um pouco a conversa com o conhecido e dar atenção à
criança?
Não
faça "uma festa" com cada pequena atitude a ser aprovada; você não
está criando um ser inferior.
No post
anterior, fiz uma breve observação a respeito do fato de
analisarmos com muito mais empenho, as atitudes das crianças que nos causam
vergonha ou constrangimento. Além disso, misturamos o fato de nos trazerem
vergonha ou constrangimento diante de outras pessoas com outra questão: a de
que aquilo seja bom ou não para o desenvolvimento da criança.
Então,
diante do fato daquele “tio” chegar no júnior e puxar suas bochechas e o júnior
começar a chorar ou, se for maiorzinho, começar a xingar, dependendo da figura
que nós adultos façamos do “tio”, vamos nos sentir embaraçados. A nossa
tendência imediata é a de censurar o júnior e em alguns casos que já presenciei,
até pedirmos desculpas pra o tal “tio”.
Mas,
espera aí!! Você já teve sua bochecha puxada sem sentir vontade de dar um tapão
no fulano que puxou?
Se sua
resposta for sim, ótimo: da próxima vez que o “tio” se aproximar do júnior com
os dedos em formação para uma beliscada, ponha estrategicamente seu rosto na
linha de fogo e sinta o prazer merecido.
Mas, se
sua resposta foi não, então porque o pobre do júnior tem que aturar a atitude
babaca do “tio”?
Na
verdade o que me interessa é o fato de que nas atitudes que a gente toma com
relação aos filhos, seja de repreensão ou de aprovação, os sentimentos nossos
com relação ao que a criança está fazendo nos movimenta em direção a ação.
Então, se
temos muita vergonha a respeito de algo, a tendência é que o castigo do júnior
seja bem maior do que se simplesmente o corrigíssemos sem tal emoção.
Da mesma
forma, quando a ação do júnior vai na direção do que realmente gostaríamos,
fazemos uma festa maior ou menor (considerando a intensidade), em medida
inversa à nossa crença na capacidade do júnior de ter realizado tal ação.
Explico:
se estamos grandemente preocupados com um comportamento do júnior que
consideramos inadequado e de repente, ele faz de modo adequado, a nossa
tendência é chamar o “trio elétrico” para saudar o júnior, levar no circo,
comprar um lugar bem na frente de onde o elefante vai passar, comprar toda
pipoca que ele quer, etc.
Dê sua aprovação fazendo um carinho, sorrindo, por
exemplo.
Na
próxima semana continuo a discorrer
sobre o item acima.
Uma boa
semana para você.
Abraços,
Iná
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