terça-feira, 13 de novembro de 2012

Iná Poggetti


Já reparou como seu “existir” é confinado ao tempo?

Hora de levantar, hora de comer, hora de ir ao banheiro, são determinações biológicas, que controlamos mais ou menos.

Hora de levar o Joãozinho para escola, para o Inglês, levar a Mariazinha para o balé, mandar o Joãozinho tomar banho, a Mariazinha fazer lição, são determinações sociais as quais nos enquadramos de forma muito inconsciente. E aí é que mora o perigo. Não controlamos quase nada. Somente seguimos o fluxo.

Uma das finalidades dessa conversa que proponho a você é começarmos a observar essas “determinações” que nós mesmos adotamos, até como uma taboa de salvação.

Como? Diriam alguns, - Taboa de salvação?

Sim, na medida em que tais determinações não nos dão trabalho para pensar. Como um verdadeiro paradoxo, elas são ao mesmo tempo confortáveis e conflituosas.

Embora no final do dia isso gere cansaço, fadiga, irritação, e muitos outros sintomas de mau humor, o equilíbrio se faz pelo fato de não precisarmos ir contra a maré, não precisarmos estabelecer nossos próprios parâmetros para nos comportar.

O tempo sempre foi um mistério para o homem. O próprio Einstein se encantou com ele e queimou muitos dos seus preciosos neurônios tentando entende-lo.  Einstein percebeu que o tempo e o espaço são relativos - um objeto em movimento, na verdade, sente o tempo a uma taxa mais lenta do que o objeto que está em repouso

Cá, do meu ponto de vista, penso que o tempo é algo inventado pelo homem e para o homem. Serve a muitos propósitos e define muito de nossas necessidades.

Da mesma forma que elegemos muitos outros “ídolos” como modelo para nossas vidas, o tempo também é um deles. Refiro-me a nossas crenças* de forma geral.

*Não tenho absolutamente nada contra crenças, só não sou a favor de  nos apegarmos veementemente a algumas que não nos trazem bem estar, mas ao contrário, desconforto: como a do pecado por exemplo. (Assista o vídeo “Culpa X Responsabilidade” nesse link para maior entendimento)

O tempo somente se torna um perigo no momento em que não pensamos mais nele a nosso serviço, mas invertemos a relação e nos colocamos a serviço do tempo.

Imagine agora que, de uma abstração como é o tempo, definida por nós para nos organizarmos e “botarmos ordem na casa”, começamos a traçar um caminho inverso e começamos a endeusar o tempo e torna-lo nosso senhor e rei.

É um senhor autoritário, despótico e maldoso “O Tempo”. E fomos nós que o fabricamos e o caracterizamos com essas feições.

Qual a finalidade de trabalharmos para provocarmos incômodo e mal estar a nós mesmos?

Segundo Freud, temos um instinto de autodestruição que nem sequer percebemos. A própria constituição biológica do ser humano caminha nessa direção. Pelo menos é o que concluímos quando estabelecemos os parâmetros: nascimento, crescimento e morte.

E é isso que temos em mente, o que nos é ensinado, e o que adotamos para nossas vidas.

Uma das coisas mais evidentes dessa adoção é o estado depressivo que muitos “aposentados” ou em vias de aposentadoria chegam.

Numa fase da vida em que conseguem uma renda fixa, (não estou dizendo que é boa nem suficiente) e que poderiam traçar planos para fazerem aquilo que “não puderam” em sua vida ativa, deixam se levar agora por sentimentos de inutilidade e rejeição.

É necessário que investiguemos a fundo a aceitação que temos dessas e outras “determinações”, buscando uma forma mais amena de vivermos e passarmos para as próximas gerações um espírito mais curioso, investigativo e contestador. Desenvolvendo primeiramente em nós, podemos dar o exemplo para os que estão aí, e os que virão.

O tempo não é o senhor despótico que elegemos para nossa vida. Nós o fizemos assim e, portanto podemos modificar isso.

Abraço

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