terça-feira, 9 de outubro de 2012

Iná Poggetti


Cuidando de nós mesmos.

1-Coisas que não faço mais: pular amarelinha, brincar com bonecas, (se eu fosse um menino, diria “jogar bola de gude”, se bem que também joguei bola de gude) fugir de casa pra ver minha amiga, paquerar, ir para faculdade, levantar de madrugada por causa de uma febre, sair correndo para o médico por causa de um braço ou perna quebrada, buscar meus filhos na escola, levantar grogue de madrugada, para ir busca-los e aos amigos, amigas na boate, ou em algum show ou festa, etc.

Essa lista podia continuar num sem fim...

2-O que faço hoje, ao invés daquelas coisas que deixei de fazer...............

Se a sua lista número dois está vazia como acima, ou com muito poucas coisas com relação à lista número um, então esse artigo é para você. E se você não saiu ainda desse período de “correria” com os filhos, leia também, porque eles se independerem é um processo natural e saudável.

Quando você constitui família e tem seus filhos novinhos, eles requerem cem por cento do seu tempo. Quanto mais eles crescem, tendo uma educação saudável, eles independem cada vez mais e mais dos cuidados materiais dos pais. Cada vez mais eles começam a tomar conta de si mesmo e (no meu caso) começam até  a “tomar conta” dos pais.

Não percebemos isso acontecer, pois os acontecimentos são graduais e lentos.


 Estamos a princípio totalmente envolvidos nos afazeres diários e não nos damos conta do crescimento e independência que eles começam a ter. Muitas vezes nem queremos que isso aconteça, e tentamos mantê-los ao máximo sob nossas asas.

Somos uma cultura de origem predominantemente italiana e portuguesa, e diferente de outras culturas, temos a tendência de manter sempre nossos filhos por perto.

Mas, o que realmente me interessa conversar aqui contigo é o aspecto de que, junto com esse envolvimento que temos com as relações familiares, deixamos de lado o cuidado conosco.

Naturalmente os filhos, em determinada época do seu desenvolvimento, dada a fantasia do “conhecimento acadêmico”, tomam, muitas vezes atitude “soberanas” sobre os pais. E, muitas vezes, nós pais, acatamos tal situação e nos colocamos como subalternos dos filhos.

Fatalmente a depressão, a sensação de inutilidade e sentimento de desatualização, e grande mal estar se apodera desses pais.

Além de não serem mais necessários materialmente para seus filhos, agora também parece que não serão mais necessários intelectual e emocionalmente.

É uma verdadeira “puxada de tapete” na estrutura emocional desses pais quando isso começa a se vislumbrar em suas vidas.

A razão das duas listinhas acima é exatamente essa: não deixarmos de cuidar de nossos filhos, nunca, mas nunca também deixarmos de cuidar de nós mesmos para, no futuro sermos sempre o suporte emocional e intelectual para eles.

Afinal, pelo simples fato de sermos mais velhos, o nosso desenvolvimento deveria sempre estar à frente da gente mais jovem.

Mas isso não acontece necessariamente. Com mil desculpas, (inclusive a de que os filhos nos tomam todo o tempo do mundo) nos descuidamos de nosso desenvolvimento emocional e intelectual e passamos a esperar realmente que os filhos, noras, genros, netos, comecem a preencher o vazio que agora sentimos.

Ledo engano.

Mas, nunca é tarde, ou nunca é cedo demais para começarmos.

Leia bastante, atualize-se, busque novamente a curiosidade que teve quando criança, pergunte, mostre toda a sua ignorância e não se envergonhe disso. Pelo contrário, orgulhe-se dela, pois esse momento que você entende ignorância como um momento de lucidez e sapiência, é que a vida toma cores alegres, vibrantes, independente da idade que você tenha.

Tenha você vinte, trinta, cinquenta, oitenta anos, coloque em prática a curiosidade, comece aprender novamente como se tivesse sete, entrando no primeiro ano.

Logicamente você não buscará as matérias dos sete anos, mas agora os assuntos pelos quais você realmente sempre se interessou e não pode fazer porque na escola não temos essa opção.

A escola a que me refiro é gerenciada por nós mesmos. E nela podemos buscar o que mais quisemos, e queremos.

Exercer tal autonomia é algo complexo, mas você pode.

Tente! E consiga é claro!

Abraços, Iná

Équilibré Cursos e Treinamentos
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