Cuidando de nós
mesmos.
1-Coisas que
não faço mais: pular amarelinha, brincar com bonecas, (se eu fosse um menino,
diria “jogar bola de gude”, se bem que também joguei bola de gude) fugir de
casa pra ver minha amiga, paquerar, ir para faculdade, levantar de madrugada
por causa de uma febre, sair correndo para o médico por causa de um braço ou
perna quebrada, buscar meus filhos na escola, levantar grogue de madrugada,
para ir busca-los e aos amigos, amigas na boate, ou em algum show ou festa,
etc.
Essa lista
podia continuar num sem fim...
2-O que faço
hoje, ao invés daquelas coisas que deixei de fazer...............
Se a sua lista
número dois está vazia como acima, ou com muito poucas coisas com relação à
lista número um, então esse artigo é para você. E se você não saiu ainda desse
período de “correria” com os filhos, leia também, porque eles se independerem é
um processo natural e saudável.
Quando você
constitui família e tem seus filhos novinhos, eles requerem cem por cento do
seu tempo. Quanto mais eles crescem, tendo uma educação saudável, eles independem
cada vez mais e mais dos cuidados materiais dos pais. Cada vez mais eles
começam a tomar conta de si mesmo e (no meu caso) começam até a “tomar conta” dos pais.
Não percebemos
isso acontecer, pois os acontecimentos são graduais e lentos.
Estamos a princípio totalmente envolvidos nos
afazeres diários e não nos damos conta do crescimento e independência que eles
começam a ter. Muitas vezes nem queremos que isso aconteça, e tentamos
mantê-los ao máximo sob nossas asas.
Somos uma
cultura de origem predominantemente italiana e portuguesa, e diferente de
outras culturas, temos a tendência de manter sempre nossos filhos por perto.
Mas, o que
realmente me interessa conversar aqui contigo é o aspecto de que, junto com
esse envolvimento que temos com as relações familiares, deixamos de lado o
cuidado conosco.
Naturalmente os
filhos, em determinada época do seu desenvolvimento, dada a fantasia do
“conhecimento acadêmico”, tomam, muitas vezes atitude “soberanas” sobre os
pais. E, muitas vezes, nós pais, acatamos tal situação e nos colocamos como
subalternos dos filhos.
Fatalmente a
depressão, a sensação de inutilidade e sentimento de desatualização, e grande
mal estar se apodera desses pais.
Além de não serem
mais necessários materialmente para seus filhos, agora também parece que não
serão mais necessários intelectual e emocionalmente.
É uma
verdadeira “puxada de tapete” na estrutura emocional desses pais quando isso
começa a se vislumbrar em suas vidas.
A razão das
duas listinhas acima é exatamente essa: não deixarmos de cuidar de nossos
filhos, nunca, mas nunca também deixarmos de cuidar de nós mesmos para, no
futuro sermos sempre o suporte emocional e intelectual para eles.
Afinal, pelo
simples fato de sermos mais velhos, o nosso desenvolvimento deveria sempre
estar à frente da gente mais jovem.
Mas isso não
acontece necessariamente. Com mil desculpas, (inclusive a de que os filhos nos
tomam todo o tempo do mundo) nos descuidamos de nosso desenvolvimento emocional
e intelectual e passamos a esperar realmente que os filhos, noras, genros,
netos, comecem a preencher o vazio que agora sentimos.
Ledo engano.
Mas, nunca é
tarde, ou nunca é cedo demais para começarmos.
Leia bastante,
atualize-se, busque novamente a curiosidade que teve quando criança, pergunte,
mostre toda a sua ignorância e não se envergonhe disso. Pelo contrário,
orgulhe-se dela, pois esse momento que você entende ignorância como um momento
de lucidez e sapiência, é que a vida toma cores alegres, vibrantes,
independente da idade que você tenha.
Tenha você
vinte, trinta, cinquenta, oitenta anos, coloque em prática a curiosidade,
comece aprender novamente como se tivesse sete, entrando no primeiro ano.
Logicamente
você não buscará as matérias dos sete anos, mas agora os assuntos pelos quais
você realmente sempre se interessou e não pode fazer porque na escola não temos
essa opção.
A escola a que
me refiro é gerenciada por nós mesmos. E nela podemos buscar o que mais
quisemos, e queremos.
Exercer tal
autonomia é algo complexo, mas você pode.
Tente! E
consiga é claro!
Abraços, Iná
Équilibré
Cursos e Treinamentos
Rua
Dr. Antônio Frederico Ozanan, 309, Limeira, SP
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