terça-feira, 30 de outubro de 2012

Iná Poggetti


Sem consequências aprenderíamos alguma coisa?

Consequências nos assombram.

Pairam sobre nós como dedos acusadores, maledicentes e ameaçadores de punição sobre quase todo tipo de comportamento, decisão, ação, que pensemos fazer, tomar.

Fico pensando muitas vezes, porque a dificuldade que a maioria de nós tem de dizer: “Sim, fui eu que fiz, fui eu que quis, fui eu, fui eu....”

Nietzsche diz: “'Fui eu que o fiz', diz a minha memória. 'Não posso ter feito isso', - diz o meu orgulho e mantém-se inflexível. Por fim - é a memória que cede.”

Pensar nessa frase nos remete a observar todo tipo de punição e tentativa de esquiva dessa mesma punição, que está impregnada a nossa educação e cultura.

Corremos da consequência de nossos atos, “como o diabo foge da cruz”.

“Por fim, é a memória que cede”, isto é: o orgulho prevalece e negamos qualquer ato que possa ser atribuído a nós, especialmente os que são moralmente condenáveis.

Com isso, desde que a comunidade a nossa volta aceite tal posição, não assumimos ou sofremos a consequência de nossas decisões e ações.

Aprendemos nada. Mentira! Aprendemos a negar cada vez mais veementemente qualquer ação nossa que ou saibamos que nos trarão “más” consequências ou desconheçamos as consequências.

Já vi várias cenas do tipo:

Alguém chega a um grupo de pessoas e pergunta: “Quem fez isso?”

Há uma rápida olhada entre os presentes buscando cada um, saber se o outro entendeu se daquela pergunta sairá uma bronca ou algo bom.

Geralmente até que se entenda alguma coisa a mais a respeito da pergunta, o silencio e as expressões de interrogação permanecem nos rostos e dificilmente o autor se adianta e assume qualquer ação.

Somente depois de alguns segundos, quando o perguntador dá mais dados com suas expressões ou a continuação de sua frase é que os presentes começam a recuperar o fôlego e assumir algo.

Algo do tipo... foi o fulano que me influenciou, ou fiz porque estava com pressa, ou fiz porque o lugar era grande ou pequeno.

Uma resposta “fui eu”, sem delongas, é a coisa mais difícil de se ouvir em uma situação dessas.

Talvez você já saiba qual é a minha resposta para a pergunta inicial. Não! Não dá pra aprender se não assumirmos as consequências de nossos atos.

Os mais bem humorados podem protestar: “Ah!, mas você aprende a se esquivar das “cacas” que faz... é verdade, aprende “ a se dar bem”, parecer legal ao olhos dos outros.

Retiro minha afirmativa!

Agora, usando minha experiência, posso dizer que o desgaste, mesmo imperceptível (a principio) acontece. 

Com o tempo os resultados das esquivas que “aprendemos” traz grandes custas emocionais e em grande parte dos casos, culminam em custas físicas.

Sintomas físicos comuns que esse tipo de tensão provoca são: dores de cabeça, dores nas costas, ranger de dentes (especialmente noturno), há muitos casos de pânico, ansiedade exacerbada, etc.

Obs: não são somente esquivas desse tipo que provocam tais sintomas. Há também outras causas.

Agora, voltando ao “não dá pra aprender quando nos esquivamos das responsabilidades”, posso dizer que entre as escolhas: assumir e esquivar-se, ambas provocam ansiedade e mal estar, mas somente uma delas é a chave para que o stress causado por ambos entre novamente em equilíbrio, proporcionando depois bem estar.

Se você chegou sua leitura até aqui, sabe qual é a sua melhor escolha.

Como a maior parte das coisas em nossa vida, essa também não é fácil de aprender e desenvolver. Mas é totalmente possível e os resultados são benéficos.

Abraços, Iná

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