A banda de surdos
Recentemente,
mais precisamente no final das Olimpíadas em Londres, num dos jogos do Brasil
de Vôlei, (não me lembro contra quem) apareceu na TV, uma torcida muito animada,
brincando, tocando instrumentos, conversando... Animadíssimos enfim...
Os torcedores
conversavam, vibravam a cada ponto que seu time marcava contra o nosso e
tocavam seus instrumentos comemorando.
Entra então na
sala de TV, meu marido. Ele é fã de jogos de Vôlei, Basquete, Tênis. Senta-se e
comenta, olhando para a torcida vibrante daquele país que jogava contra o
nosso: - “olha que legal! Uma banda de surdos!!”
Eu não compreendi
nada... aquela gente tocando aqueles instrumentos, vibrando, conversando entre
si... como poderiam ser surdos? Aliás, eu não entendia sequer o propósito
daquele comentário.
Não resisti:
virei para ele e bravamente argumentei: “surdos como? Estão todos conversando,
vibrando e não há nenhum sinal de outro tipo de comunicação que indique que
possa haver algum surdo entre eles!!”
Do mesmo jeito
que ele fez o comentário anterior, ele completou a explicação: “-O INSTRUMENTO
que eles estão tocando chama-se SURDO!! Portanto, uma banda de Surdos –
Instrumentos.”
Perdi o fôlego
de tanto que ri naquele momento. Aliás, todos demos gargalhadas demais aquele
momento, e depois em outros, pois por um bom tempo nos divertimos com aquela
compreensão confusa da situação.
Tem várias coisas
que podemos aprender com esses acontecimentos em nossa vida.
Uma das coisas
que estou querendo ilustrar com essa historinha que aconteceu aqui em casa são
os vários significados que uma fala, uma imagem, um conjunto de coisas pode
adquirir.
Além disso,
tento também ilustrar os caminhos que percorremos a partir dessa compreensão.
Explico melhor:
Esse conjunto
de reações que a confusão gerou, foi divertido, gozado, e rendeu boas risadas
e diversão.
Nem sempre as
coisas caminham desse jeito. Muitas vezes, uma confusão do entendimento gera
frustração, agressividade, mal estar.
Como sempre
posso dizer que acredito, na maioria das vezes está em nossas mãos decidir o
tipo de reação que teremos após uma confusão dessas.
Se você
protestar, dizendo que não é fácil, vou concordar plenamente contigo. Não é
fácil mesmo sairmos do lugar comum, sair do costumeiro, sair do que é familiar
(embora não necessariamente bom pra nós).
Faz algum tempo
que não cito meu filósofo favorito, eis que agora vou fazê-lo:
“Logo
que, numa inovação, nos mostram alguma coisa de antigo, ficamos sossegados.”
Friedrich
Nietzsche
A ligação entre a minha introdução e a frase de
Nietzsche é: o novo assusta, temos medo de mudanças, por desconfortável que
esteja qualquer situação; sentimo-nos seguros com o antigo ou algo que se
assemelhe ao antigo.
A resistência que temos e que constato no
consultório, mostra a dificuldade em mudar e de se aventurar em formas novas de
ver o mundo e a si mesmas.
Assim como sugerem algumas associações: dê um passo
de cada vez, se você está interessado em experimentar mudanças e entender o
mundo e a forma de viver de uma forma diferente.
Depois disso, valorize cada pequena mudança que
conseguir fazer.
Grande parte das pessoas que conheço cometem esse
“pecado”: se a mudança que elas fazem é considerada pequena, então ela é desconsiderada
e jogada fora dos itens de valorização que se deve dar a uma mudança.
Agora me diga se você sabe como se constrói uma
casa, um carro, como se cria um filho, como se aprende amar, como se constrói e
se alicerça uma família?
Nada disso é do dia para a noite e cada um dessas
coisas implica em atenção a mínimos detalhes. Cada uma dessas coisas implica em
investimento, atenção, cultivo, valorização.
Pergunto: que tal investirmos assim também em
nossas mudanças pessoais? Todo dia um pouco, toda hora por pequena que seja,
todo o tempo, por mais tempo que leve.
Como já sugeri em outro post, já experimentou
começar por comer a sobremesa antes do jantar??
Abraços
Iná
Rua
Dr. Antônio Frederico Ozanan, 309, Limeira, SP
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