terça-feira, 8 de maio de 2012

Iná Poggetti


Discutindo alguns conceitos pré-concebidos.

Continuando com os itens enumerados no primeiro post, coloco agora os abaixo relacionados:

7.            Você já descobriu que emoção e sentimentos são coisas boas desde que não paralisem a sua vida.

8.            Você já descobriu que identificando as emoções e sentimentos que tem você pode muda-las se elas não servirem para seu crescimento.

9.            Você já descobriu que só pode amar o ser humano se souber o que é amar a si mesmo.

Uma coisa que chama a atenção com relação à nossa cultura é que ela é repleta de  modelos nos quais se baseia para se repetir e assim, de preferência, transmitir ensinamentos. Embora os mais jovens possam pensar que somos única e exclusivamente influenciados pela cultura norte americana,  é preciso saber que a cultura grega influenciou e ainda influencia grande parte da cultura ocidental, e nós estamos incluídos nessa influência. Explico melhor:

Vejamos sobre o significado de Ética: (você já vai entender a finalidade da colocação abaixo)

Os gregos referiam-se à ética de duas maneiras: uma relativa ao indivíduo – propriedade do caráter - (éthos, com “e” longo) e outra (éthos, com “e” curto) que significa costume. A tradução latina, serviu-se somente da segunda tradução, isto é: éthos com o significado de costume. Então, ética como propriedade do caráter se perdeu na tradução latina.
O problema com a definição truncada se dá, pois a sociedade, para a qual foi definida a palavra (a segunda definição, com “e” curto –costume) só pode existir e ter significado como “sociedade” se o indivíduo, que a compõe, se comportar segundo a primeira definição (ethos, com “e” longo- propriedade do caráter). Com a perda no tempo, na tradução desse pedaço da  definição, o homem (indivíduo) perdeu a sua importância, e passou a se reportar a um ente imaginário (a sociedade) que só existe SE existe o homem. É um caso gritante de paradoxo aqui (informações que se anulam), tema sobre o qual podemos falar em outro post.
Agora, se você estiver me perguntando o que isso tem a ver com os itens acima mencionados, passo a explicar:
Especialmente com relação ao item nove: “Você já descobriu que só pode amar o ser humano se souber o que é amar a si mesmo.”, podemos identificar  aqui a confusão que se estabelece em nós, pela perda de parte do significado.
A maior parte do que se chama solidariedade, é conceituada como “partilhar com o outro o que você tem”. Tá bom! A maior parte das ações que eu vejo chamado de solidariedade, são distribuições do que não se quer mais, do que está sobrando, do que está velho demais, do que está fora do padrão, etc. etc. Não vejo muitas pessoas distribuindo conhecimento, ensinando a pescar. Vejo pessoas dando o peixe pronto.
Isso não é solidariedade, isso é achar um lugar legal, para não acumular lixo no quintal e ainda se sentir benemérito.
Tá bom!! Tá bom!! Já ouvi todos os protestos que você fez!! E, agora que eu falei sobre o que não é, preciso falar sobre o que é!
Só saberei amar o ser humano se eu souber o que isso significa para mim, APLICADO A MIM.
E tem mais: ensino e partilho com o outro o meu conhecimento das ações que me levam a conseguir esse afeto e não fico dividindo com ele bens materiais pelos quais não me interesso mais.
O problema é que, como já falei em posts anteriores, pensar em mim em primeiro lugar é altamente condenado em nossa cultura.

“A principal mentira é a que contamos a nós mesmos”
Friedrich Nietzsche

Dadas as colocações acima e relacionando-as com os itens que propus discutirmos temos que:
1.     (Com relação ao item 7) - Só nos permitiremos perceber que determinadas emoções e sentimentos estão paralisando nossas vidas quando tivermos a coragem de olhar todas as facetas dos conceitos aí implícitos, sem preconceitos.
2.     (Com relação ao item 8)-Da mesma forma, ao identificarmos o que nos paralisa e tentarmos fazer alguma mudança, vamos novamente nos deparar com conceitos transmitidos pela metade e se não buscarmos os significados originais, teremos muita dificuldade em entender o processo necessário para a mudança.
3.     (Com relação ao item 9) – ao tentar entender o que é amar a si mesmo, provavelmente uma enxurrada de reprovações irão acontecer, uma vez que esse conceito foi totalmente distorcido na sua tradução para servir a propósitos específicos e agora, invertido como está, só temos conseguido entender parte dele e só conseguimos fazer a parte de compartilhar com outros o que temos e não conseguimos entender a parte de ensinarmos aos outros o caminho de  como conseguir seus próprios conhecimentos, bens, etc.
Bem, já esgotei a minha proposta (comigo mesmo) de só escrever cerca de três páginas do Word.
Deixo para você pensar a respeito do que escrevi e, concordo que não é um assunto fácil nem muito simpático. Conversamos mais nos próximos posts.
Abraços, Iná
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