terça-feira, 17 de abril de 2012

Iná Poggetti


Não somos todos iguais!!
Se você leu os posts desde o primeiro, vai saber que esse é o item 2 da “receita” para “Aprender a Rir de Si Mesmo”.

Como já disse antes, gosto de continuações. Especialmente na minha área onde tudo, com algum esforço pode ir se aprofundando.

Aí está, então a nossa continuação....

2.    Você já descobriu que é diferente de todo mundo, e que isso é bom ao contrário do que sempre ouviu falar.

Há um esforço monumental em insistir que “somos todos iguais”. É uma pregação eterna essa. Ela nos leva a acreditar nisso e no final das contas nos leva a sentir culpa se, e somente se, nos passa um lampejo de percepção de nossas diferenças.

Uma das punições que nos é sempre impingida é a da solidão. Se somos diferentes, somos pária, somos isolados, rejeitados. Se reconhecemos isso publicamente então, aí “a casa cai”!!

Dúvidas que me assombram:

-  Se somos iguais, como vamos aprender?

- Se somos iguais como ficam nossos conceitos de bonito, feio, bom, ruim, melhor, pior, competente, incompetente, etc, etc, e tal.

- Se somos iguais, onde vamos buscar aquilo que nos individualiza e nos dá personalidade e nos permite trocar experiências?

Mas de qualquer modo existe de uma forma não explícita, e também de forma explícita, a insistência em pregar tal conceito e um esforço tremendo para que ele seja incutido em nossa vida, em nosso modo de pensar.

Bem, de todas as defesas que eu já vi do “somos todos iguais” nenhuma separa o conceito literal do conceito moral que estão embutidos no desejo de que sejamos iguais.

Explico melhor: dentro do conceito de ser diferente está embutido o conceito moral de que ser diferente é ruim. Por quê? Por que é ruim ser diferente?

Vou fazer um pequeno esqueminha de como é que nossa forma de pensar age sobre nós e sobre nossas emoções:




conceito de sermos diferentes.





Somos seres imaginativos e pegamos o conceito e investimos nele, isto é: interpretamos!

Somos seres emocionais: atribuímos valores e emoções sobre os conceitos. A essa altura, o conceito de sermos diferentes já está contaminado com uma aura negra, cheia de significados negativos, pejorativos e moralistas.

“Não há fenômenos morais,
mas apenas uma interpretação
moral de fenômenos....”
Friedrich Nietzsche

A atribuição dos valores morais ao conceito é proveniente da nossa cultura, de nossos costumes e proveniente da filosofia que é parte dessa cultura em que vivemos. Então, toda vez que falamos ou ouvimos algo do tipo “essa pessoa é diferente”, usando a análise dos padrões da língua, da cultura e da filosofia, temos junto a interpretação e as emoções de desmerecimento, maldade, pecado, etc. E nos sentimos errados com isso.

A partir daí negamos o óbvio: Somos diferentes!!

Não! Não podemos ser diferentes! O senso comum diz que somos iguais, embora meus olhos, percepções e sensações me mostrem e digam que somos diferentes, devo me adaptar ao que a maioria das pessoas dizem. Sentimos um conflito entre o que vemos e o que “deveríamos ver!” – e que é considerado politicamente correto. Assim como fazemos desde pequenos, negamos para nós mesmos o que estamos vendo. Sentimos mais segurança quando estamos com a maioria, embora dessa forma, esvaziemos cada vez mais a nossa fé em nós mesmos!

Aprendi então a separar, no meu modo de pensar, o conceito -  dos valores morais propostos socialmente e refazer o caminho confiando mais em minhas percepções e sensações.

Compartilho experiências com aquele que é diferente e do qual eu também sou diferente. Aprendo com ele e o ensino, assim como ele me ensina e aprende comigo.

Mudo também com isso, as emoções que decorrem comumente do conceito. Não sinto mais como erro, mas sim como possibilidade de dividir, partilhar, aprender.

Não sinto culpa, mas prazer em ver diferenças e valorizá-las. Busco agora minhas diferenças e gosto delas, pois é com elas que sou indivíduo e com elas tenho uma comunhão maior com os outros.

Abraços....
Iná
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