terça-feira, 24 de abril de 2012

Iná Poggetti


O medo da solidão, rejeição.
"Se você sente solidão
quando a sós, está em
má companhia."
Jean-Paul Sartre

Como você já sabe, esse é o item três citado no primeiro artigo que escrevi aqui para o blog da Cláudia.
3.           Você já descobriu que ser diferente não precisa ter aquele gosto de solidão, de rejeição, pelo contrário, tem o gosto de exclusividade!
Aí está! Citei rapidamente no post anterior, algumas das emoções que cultivamos durante nossas vidas e incorporamos ao nosso modo de ser, especialmente quando nos sentimos diferentes.
Uma das “ameaças” que sentimos ao admitirmos ser diferentes é a ameaça da marginalização, da exclusão, da rejeição. Esse sentir é raramente perceptível, a não ser por um mal estar em que normalmente não é identificada a origem. Mas, ele está lá... o mal estar.
Desconstruir o sentido de solidão, tirar desse conceito o sentimento de marginalização, excluído, excomungado, exilado, não é fácil. Somos ameaçados – devido a nossa forma de pensar  e assimilar a cultura -  o tempo todo com tais condenações e elas já representam  o inferno terráqueo do ser que está “sempre” errado...
Acredito que um caminho que favorece o “desconstruir a emoção ruim que a solidão dá”, é o da revisão constante de valores que atribuímos aos conceitos que temos formados, assim como sugeri no post anterior.
Cada palavra que falamos, tem um conceito, um valor e uma emoção atribuída a ela que aprendemos no decorrer de nosso desenvolvimento e que aceitamos incondicionalmente. Não questionamos. Tomamos a maioria das coisas que nos são passadas, como se fossem “dogma” e baseamos a maior parte de nossas ações nesses mesmos “dogmas”.
Pensa em uma ação que você faz e procura se perguntar qual a razão de você fazer daquela forma, e não de outra.
Existe uma ideia que nós absorvemos da cultura, de que determinadas classes sociais são inferiores, ou superiores, melhores ou piores, dependendo do tipo de nossa educação. E, ao mesmo tempo somos levados a repudiar tal ideia das diferenças, quando chamamos tais discriminações de preconceito e atribuímos ao conceito de “preconceito”, sentido pejorativo.
Baseamos nossos comportamentos, aceitação ou não de pessoas em nossas vidas, a partir dessa atribuição que fazemos, embora isso nos mantenha em um conflito constante.
Não estou discutindo se essas atribuições são “corretas” ou “incorretas”. Estou sugerindo que questionemos de onde elas veem e quais os retornos que nos trazem, quando nos baseamos nelas para gerenciarmos nossas vidas.
O “gosto de exclusividade” que citei no item três, também faz parte, no senso comum, dos conceitos que são confundidos com vaidade, egoísmo, enfim... classificações pejorativas que nos fazem rejeitá-las sem ao menos questionarmos a razão de estarmos fazendo isso.
O que estou sugerindo, se você quiser mudar seu modo de ver as coisas à sua volta, e quiser adicionar solidão como conceito positivo, emoção positiva e agradável, é que você pegue cada conceito que tem já formado e comece a questionar:
1.   De onde vem esse conceito?
2.   Para que ele me serve?
3.   Ele me faz bem?
4.   Quais emoções esse conceito me dispara?
5.   São boas ou ruins tais emoções?
6.   Devo manter ou mudar tais conceitos?
Desconstrua todos aqueles que não te fazem bem e mantenha todos os que te fazem bem.
Com a recomendação acima devo admitir que uma das nossas maiores dificuldades é reconhecer que fomos nós mesmos que construímos os  conceitos que nos prejudicam e fazem mal.
Sei também por experiência do meu próprio trabalho que, aceitar que somos nós mesmos que construímos o que nos prejudica, costuma gerar protestos em quem ouve tal afirmativa e que, talvez você já esteja protestando a respeito disso. No entanto, você precisa reconhecer que, se atribuímos a formação de nosso mal estar a outra coisa que não nós mesmos, não teremos nunca a possibilidade de mudar nada, porque o mundo não se comporta do jeito que gostaríamos que fosse.
Já, por outro lado, se aceitarmos que fomos nós que construímos o mal estar, teremos grandes possibilidades de mudar, desconstruir, e reconstruir, de forma boa para nós.
Portanto, o gosto de exclusividade citado antes, pode tomar rumos inusitados e agradáveis, na medida em que desvinculamos o conceito das emoções pejorativas que a cultura nos oferece.
Nem todo mundo vai concordar com isso? É! Com certeza! Mas aí precisamos também discutir aquele ditado que diz que “não podemos agradar gregos e troianos” que você deve conhecer.
Resumindo: se não experimentamos nós mesmos o sentido de  paz interior e tranquilidade, como poderemos dividir experiências boas com os outros?

“As convicções são inimigas mais
perigosas da verdade do que as mentiras”
Friedrich Nietzsche

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